Faltam Palavras

Quantas vezes nos momentos de dor nos faltam as palavras, muitas vezes também nos faltam as atitudes porque simplesmente não sabemos o que falar, nem como agir. As emoções nos roubam o bom senso, principalmente quando não temos referencias de nada parecido.

Sei que muita gente se sente assim frente a doença, a morte, e mesmo frente aos desastres naturais. É difícil enfrentar a dor, mas mesmo nesses momentos sofridos as pessoas precisam de nós. Claro que temos o direito ao silêncio, a introspecção, porque falar algo por falar também não é adequado. Em momentos assim profundos precisamos consultar o coração e nos colocar com equilíbrio com amor.

Não adianta sofrer com a pessoa que sofre, mas adianta ter compaixão, ter compreensão com o sofrimento. Adianta oferecer as mãos, orar, ajudar dando conforto e tentar compreender. Mas como confortar milhares, milhões de pessoas que sofrem junto com o Japão?  Quando nos sentimos impotentes com as forças da natureza?

Teoricamente sabemos que fazemos parte do todo e que o todo reverbera em nós, mas quando eventos assustadores como a destruição de cidades inteiras são mostradas na TV como não se sentir impotente?  

Acho que o primeiro passo é ter a consciência que a morte não é castigo e sim um portal natural que todos vamos atravessar um dia. Aliás sempre falo com as pessoas que precisamos estar sempre preparados para a morte, e que assim estaremos com certeza vivendo nossa vida com mais harmonia e amor, porque ninguém sabe quanto tempo temos pela frente. Talvez um dia, um ano, vinte anos? Quem terá essa resposta?    

Claro que nossas ações tem conseqüências e é justamente por isso que reencarnamos, e é exatamente por conta dessas conseqüências que passamos pelas experiências do nosso caminho. Sendo que o objetivo é aprender com tudo o que vivemos. E ainda que a morte chegue até nós coletivamente tenho certeza absoluta que o lugar de cada um no plano divino será definido de acordo com sua conduta e com seu coração. Não driblamos o destino, pois os mestres tudo sabem.

Há um plano divino para nossa vida, uma missão para cada um de nós, e o primeiro passo para estar nessa sintonia divina é acreditar no amor, praticar o perdão, amar a si mesmo e ao próximo, expandir a consciência e nos abrir ao aprendizado e sabedoria

Assim uma luz no meio de todo esse sofrimento se acende quando potencias mundiais repensam o uso de energia atômica. Como deveríamos repensar também a ocupação de nossas cidades que foram crescendo de forma desenfreada nas ultimas décadas. E como afirmam cientistas e estudiosos, a terra tem limites para uma vida segura. Encostas de morros, laterais de vulcões, cidades inteiras construídas nas bordas de placas tectônicas que estão em movimento jamais serão seguras.  Uma luz se acende quando repensamos valores coletivamente.. 

Olhar para dentro e pensar em suas apostas, modificar atitudes, espiritualmente libertar condições amargas e raivosas com certeza fará o bem do nosso planeta, e das vindouras gerações.

O mundo melhor para os nossos filhos começa hoje, em casa, na família, na sociedade, amando mais, ajudando as pessoas, e olhando o próximo com mais empatia, reconhecendo e respeitando os limites de cada um. Porque se não compreendemos os outros como esperar ser compreendidos..

Desejo do fundo do coração que acontecimentos tão perturbadores ajudem as pessoas na tomada de consciência de que somos todos um, e que precisamos respeitar as regras do nosso planeta. 

Não basta amor quando nos mantemos ignorantes e egoístas. A expansão da consciência trás também a responsabilidade de agir diferente.