Nome Chave: Se a Terra pudesse falar
Mestre: Mestre Kuthumi
Data: 16/02/2012
Local: Espaço Alpha Lux
Canal: Maria Silvia Orlovas
Áudio: ALPHA LUX 05 ANO 14 (mp3) - Clique aqui
Se a Terra pudesse falar
Hoje vou contar para vocês um pouco da
Minha caminhada e Eu gostaria que a terra pudesse falar; que ela não fosse
apenas fagulhas que carreguei sob os meus pés quando fui um homem como vocês,
porque a terra recebeu muito do Meu suor, do Meu desespero, das Minhas lágrimas
e até do Meu sangue e quantas estórias a terra tem para contar... Quantas vidas
ela viu de Nós que encarnamos e voltamos e caminhamos para o céu sem ascensão e
voltamos para cá, igualados pelo mundo da matéria para viver, cada um, a sua
experiência.
Vocês sabem,
não é Meus filhos, que aqui, entre vocês, entre vocês e seus colegas de
trabalho, seus familiares e até no sangue do seu sangue, no seu pai, na sua
mãe, existe uma grande miscigenação, porque as almas que convivem com vocês não
estão todas niveladas, não fazem parte do mesmo nível. Espíritos às vezes muito
evoluídos têm que trilhar um caminho na Terra junto com almas sem nenhuma
compreensão, sem nenhuma evolução.
Às vezes é o
teste do filho que nasce do sêmen de um pai que não tinha amor e o aprendizado
tão grande para esse filho é o de saber perdoar.
Às vezes
acontece de dois inimigos, espíritos, almas acirradas que já se combateram em
tantas vidas e agora nascem como irmãos para desenvolver o afeto, desenvolver
mais uma vez o perdão e nesse ponto vocês hão de convir comigo, como é boa a
escuridão, como é uma bênção o esquecimento e como a terra é sábia em recolher
as Nossas energias e nada Nos contar de Nós mesmos.
Como é sábio
esse Deus que Nos ajuda a lembrar das coisas quando temos capacidade e que há
muitos, muitos permite esquecer, porque não têm luz.
O que faria
com sabedoria um Homem malvado? Talvez usasse contra ele mesmo as forças do seu
poder.
O mundo na
Terra não é um mundo de trevas, mas é um planeta onde existem profundos
aprendizados, onde espíritos de diferentes orbes se igualam no uniforme da
matéria, na convivência, cada um cumprindo a sua tarefa de auto-elevação.
Vocês não
pertencem às suas famílias; eles são irmãos na caminhada. Vocês não pertencem
ao seu marido ou sua esposa; não se deixem iludir com os relacionamentos. Vocês
mais uma vez são irmãos na caminhada e estão juntos para que cada um descubra a
força do seu Eu Divino, da sua luz e se fizerem isso juntos, terão a companhia
e o suporte um do outro, mas é preciso sempre se lembrar de que você deve
sempre trabalhar a sua luz e sua alegria.
Eu nasci,
nessa existência que Me propus contar a vocês, como nobre, então Eu tive a mais
elevada educação. Preceptores, mentores, orientadores que davam aulas para a
elite. Os príncipes, as princesas, os demais nobres, os filhos dos políticos
importantes; uma nata que somava na Minha época menos de quinze crianças que
depois foram separadas, porque as mulheres naquela época não estudavam com os
meninos, apenas em tenra idade e ficamos lá em cinco; cinco meninos. Entre Nós
estava o Rei, o futuro Rei, o príncipe herdeiro e desde criança Eu nutri um
profundo afeto por ele e ele por Mim. Éramos irmãos de alma.
Dávamos-nos
tão bem que ele não precisava falar comigo e Eu não precisava falar com ele. Na
tenra idade isso foi muito feliz para Nós dois, porque brincávamos, jogávamos,
brigávamos de igual para igual.
Na
adolescência, quando ele começou a ser tirado desse convívio para ter aulas
individuais com outros professores escolhidos, Nós dois sofremos muito, porque
fomos separados. Ele foi por um caminho e Eu fui por outro. Ainda assim havia
amor e uma união muito grande e foi por isso que quando ele assumiu a sua
função e príncipe herdeiro, me colocou como seu primeiro ministro. Uma grande honra,
se dúvida uma grande honra.
Quando Eu fui
para esse cargo, para essa função, imediatamente todos os olhos voltaram-se
para mim. As pessoas imaginavam isso, esperavam isso e sabiam da nossa amizade,
mas elas não desejavam isso, porque muitos daqueles outros rapazes desse grupo
seleto e de outros grupos que vieram depois, irmãos mais jovens do príncipe,
inclusive.
O Meu lugar
era muito, muito cobiçado. Então Eu sofri, Eu adoeci. Muitas vezes Eu ia para a
Minha função com fortíssimas dores de cabeça e ao Meu lado estavam homens com a
idade do Meu pai, dos Meus irmãos mais velhos, dos Meus tios que agora, quando
Eu passava por eles, tinham que se abaixar para Mim.
Eu não era o
príncipe herdeiro, mas Eu era o Primeiro Ministro e daí começou a grande
dificuldade na Minha vida, porque as pessoas não falavam tudo para Mim. Eu
passei a sentir que as pessoas mentiam para Mim; que o silencio respeitoso
escondia raivas e ranger de dentes; que as mulheres lindas dançando para Mim,
oferecendo as suas belezas e seus favores não Me queriam, mas ao dinheiro, à
posição e o prestigio que o Meu nome poderia oferecer a alguém.
Eu olhava para
o príncipe herdeiro e pensava: “Meu Deus,
ele não passa por isso!”, porque a função dele já é solitária e aquilo que
já definido pra vida dele está definido.
Ele não
precisa escolher esposa, ele não precisa definir a sua rota pessoal e ele não
precisa diretamente lidar com nenhum desses abutres que eram o Chefe de Estado,
os Cavaleiros, os guerreiros e os outros nobres.
Eu sim, Me
sentia jogado num vespeiro, porque o tempo inteiro Eu tinha que buscar
informações desses homens, dessas situações, desses conchavos políticos e levar
ao Rei.
Eu vivi na
pele, na mente, no coração, no corpo, na alma o caminho do meio, porque para
aqueles que estavam à Minha volta, Eu tinha poder. Para eles Eu podia dizer
sim, Eu podia dizer não. Eu podia definir uma estratégia. Eu podia aceitar um
complô político que mostrava que aquele fato era o certo e Eu podia acabar com
alguma coisa muito importante, dizendo um: “Não!”
As pessoas Me
viam como um grande poder e o Meu Rei Me via como subordinado fiel que não
podia errar, que não podia vacilar, que não podia mentir e às vezes ele rugia
lá do alto do seu trono, porque ele sabia de todas as situações complicadas do
palácio e dos conflitos políticos e Eu tinha que filtrar tudo isso para levar
aos subordinados, às outras pessoas a mensagem do Rei como algo positivo,
próspero, bom... E nem sempre o bom era bom e Eu não podia mentir.
Foi um cargo,
uma função que exigiu de Mim extrema habilidade política e ali Eu aprendi um
grande princípio que Eu carreguei comigo e Me ajudou demais no Meu caminho
espiritual e na Minha ascensão: Nem tudo é pessoal.
Eu aprendi a
não carregar pra dentro de Mim as coisas que as pessoas falavam, as coisas que
as pessoas diziam, os seus medos, as suas estratégias, a suas políticas, as
suas maldades.
Eu aprendi a
olhar para as coisas e silenciar, não apenas na palavra, mas no profundo espaço
que Eu criei no Meu coração, porque falar o tempo todo era algo extremamente
negativo; Eu podia me comprometer. O silencio me fez aprender a ouvir, a falar
as palavras corretas no momento correto.
Foi através
desse silencio que Me tornei um estrategista, mas Eu vivia com ‘saias justas’. Era muito difícil a Minha
posição e ele acreditava em Mim como um irmão, como um parceiro, como um amigo.
As pessoas
precisavam de Mim e como foi difícil colocar para elas quem Eu era. Como foi
difícil conquistar delas o respeito.
Eu queria ser
amado, Eu queria ser respeitado, Eu tinha as Minhas carências, mas naquele
tempo e naquela vida Eu não pude viver a Minha carência.
Eu tive que
ser forte, um guerreiro sem armas, um guerreiro que não buscava o benefício
pessoal, porque muitas vezes Eu tive que abrir de Mim mesmo Meu querer e pedir
muito a Deus que Me trouxesse sabedoria para agir não na Minha vontade, mas
naquilo que faria bem a todos.
As pessoas que
Me olhavam como homem poderoso e não nutriam por Mim respeito ou amor não
poderiam Me chamar de déspota, porque nunca fiz isso; Eu não impunha a Minha
vontade.
Eu não fiz
feliz a todos, porque as pessoas (também aprendi essa lição) só se sentem
felizes quando Nós as agradamos e Eu não pude agradar a todos o tempo todo.
Foram grandes
aprendizados de distanciamento, de unidade com Deus e com o Meu compromisso de
relevar a convivência com o próximo para viver no caminho do meio, na vida
reta.
Hoje Eu vejo
que o Meu aprendizado de tantos anos atrás é igual a muitos de vocês que são
executivos, que trabalham com pessoas, que convivem com pessoas, que são
funcionários e têm acima de vocês um chefe e abaixo de vocês, ao lado pessoas
desejosas de que seus intentos e vontades sejam atendidos, porque assim é o
mundo: Você presta serviço a alguém e pessoas prestam serviço a você e ao mesmo
tempo que na ilusão de Maya você pertence completamente a esse mundo, na sua
função de pai, de irmão, de filho, de funcionário, de chefe de família, de
colega de trabalho, você não deve pertencer a esse mundo; você deve pertencer a
você mesmo.
Filhos não pertençam,
também, aos seus romances, aos seus maridos ou a suas esposas. Pertençam a
vocês mesmos, porque todas as vezes que você colocar o seu poder nas mãos de
uma outra pessoa, você fará a ambos infelizes. Volte-se ao seu interior.
Nessa vida,
com tantos desafios Eu tive que rezar muito e Me recolher muito. Eu não era um
Buda, Eu não era um monge e nem tinha isso direito, porque o Rei decidiu me
casar não apenas com uma mulher, mas com três, porque ele achava que Eu tinha
que experimentar os prazeres e as obrigações como ele, porque ele também tinha
três esposas.
Vocês imaginam
que de três esposas tinha mais de dez filhos e isso era uma grande demanda,
muitas mulheres Me pedindo coisas, muitos filhos Me exigindo coisas, muito
trabalho Me cobrando coisas.
O tempo
inteiro Eu era exigido e isso fez com que Eu desenvolvesse a necessidade da
meditação, a necessidade do recolhimento e da oração, porque a vida Me testou
de todos os lados para que Eu não fosse dono de Mim mesmo.
Eu era do
mundo, Eu era dos Meus compromissos, Eu era do Meu reino, era do Meu Rei, Eu
era fruto do Meu poder.
Isso foi a
Minha vida inteira e exigiu de Mim esse profundo mergulho dentro do Meu Eu.
Assim Eu digo
a vocês: “A ascensão é um processo, um caminho de mergulho interior e de pertencer
a si mesmos”.
Eu Sou Mestre Kutumi e essa foi
uma de Minhas vidas como nobre. Eu tive muitas vidas como nobre, porque havia
uma necessidade muito grande da Minha alma em aprender a servir.
Enganam-se
vocês que pensam que os humildes servidores são aqueles pobres, de pés
descalços e roupas roídas que varrem o chão.
O humilde
servidor deve ser aquele que carrega uma coroa, um cedro e as responsabilidades
que esse cargo impõe: Servir à vontade superior, se equilibrar com o poder que
lhe é dado, porque tudo que lhe é dado é um aprendizado.
A Minha escolha, porque sempre temos escolhas,
Meus filhos, foi a busca do caminho interior e da conexão com o Meu Eu Sou.
Eu precisei
tanto desse Meu Eu Sou, Eu precisei tanto de Mim mesmo que Eu encontrei essa
luz no Meu coração.
Digo a vocês
que o caminho do meio, além de ser o caminho correto do equilíbrio, do bom
senso e da sabedoria, é o caminho do amor e é o caminho necessário, porque se
não mergulharmos em nós mesmos, o mundo Nos absorve.
Aquele que
quer esse caminho está com Deus!
Essa é a Minha
lição da Chama Amarela.
A Minha
estória sei que é familiar a muitos de vocês, porque vocês vivem o mesmo
desafio de se manter centrado, sendo vocês quem são e não pertencendo ao mundo
que lhes rouba o tempo todo.
Recebam Nossas
bênçãos e luz e caminhem pelo meio salvos do ego, da vaidade, do orgulho, da
pretensão, da necessidade e carência do amor e das exigências do mundo.
O Eu Sou é
livre!
Tenham e sigam
em paz.