segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Canalização - Se a Terra pudesse falar


Nome Chave: Se a Terra pudesse falar 
Mestre: Mestre Kuthumi
Data: 16/02/2012
Local: Espaço Alpha Lux
Canal: Maria Silvia Orlovas
Áudio: 
ALPHA LUX 05 ANO 14  (mp3) - Clique aqui

Se a Terra pudesse falar


 

 

Hoje vou contar para vocês um pouco da minha caminhada e eu gostaria que a Terra pudesse falar, que ela não fosse apenas fagulhas que carreguei sob os meus pés quando fui um homem como vocês.

 

Porque a Terra recebeu muito do meu suor, do meu desespero, das minhas lágrimas e até do meu sangue, e quantas histórias a Terra tem para contar...

Quantas vidas ela viu de nós, que encarnamos e voltamos, e caminhamos para o céu sem ascensão, e voltamos para cá, igualados pelo mundo da matéria para viver, cada um, a sua experiência.

 

Vocês sabem, não é meus filhos, que aqui, entre vocês, entre vocês e seus colegas de trabalho, seus familiares e até no sangue do seu sangue, no seu pai, na sua mãe, existe uma grande miscigenação, porque as almas que convivem com vocês não estão todas niveladas, não fazem parte do mesmo nível. 

Espíritos às vezes muito evoluídos têm que trilhar um caminho na Terra junto com almas sem nenhuma compreensão, sem nenhuma evolução. 

 

Às vezes é o teste do filho que nasce do sêmen de um pai que não tinha amor, e o aprendizado tão grande para esse filho é o de saber perdoar.

 

Às vezes acontece de dois inimigos, espíritos, almas acirradas que já se combateram em tantas vidas e agora nascem como irmãos para desenvolver o afeto, desenvolverem mais uma vez o perdão e nesse ponto vocês hão de convir comigo: como é boa a escuridão, como é uma bênção o esquecimento e como a Terra é sábia em recolher as nossas energias e nada nos contar de nós mesmos. 

 

Como é sábio esse Deus que nos ajuda a lembrar das coisas quando temos capacidade e que a muitos, muitos, permite esquecer, porque não têm luz. 

 

O que faria com sabedoria um homem malvado? Talvez usasse contra ele mesmo as forças do seu poder.

 

O mundo na Terra não é um mundo de trevas, mas é um planeta onde existem profundos aprendizados, onde espíritos de diferentes orbes se igualam no uniforme da matéria, na convivência, cada um cumprindo a sua tarefa de auto elevação. 

 

Vocês não pertencem às suas famílias: eles são irmãos na caminhada. 

Vocês não pertencem ao seu marido ou sua esposa, não se deixem iludir com os relacionamentos.

Vocês mais uma vez são irmãos na caminhada e estão juntos para que cada um descubra a força do seu Eu Divino, da sua luz e, se fizerem isso juntos, terão a companhia e o suporte um do outro. Mas é preciso sempre se lembrar de que você deve sempre trabalhar a sua luz e sua alegria.

 

Eu nasci, nessa existência que me propus contar a vocês, como nobre. Então eu tive a mais elevada educação. Preceptores, mentores, orientadores que davam aulas para a elite. Os príncipes, as princesas, os demais nobres, os filhos dos políticos importantes. Uma nata, que somava na minha época menos de quinze crianças que depois foram separadas. Porque as mulheres naquela época não estudavam com os meninos, apenas em tenra idade. E ficamos lá em cinco meninos. Entre nós estava o rei, o futuro rei, o príncipe herdeiro e desde criança eu nutri um profundo afeto por ele, e ele por mim. Éramos irmãos de alma. 

 

Dávamo-nos tão bem que ele não precisava falar comigo e eu não precisava falar com ele. 

Na tenra idade isso foi muito feliz para nós dois, porque brincávamos, jogávamos, brigávamos de igual para igual. 

Na adolescência, quando ele começou a ser tirado desse convívio para ter aulas individuais com outros professores escolhidos, nós dois sofremos muito porque fomos separados. 

Ele foi por um caminho e eu fui por outro. Ainda assim havia amor e uma união muito grande, e foi por isso que quando ele assumiu a sua função de príncipe herdeiro, me colocou como seu primeiro-ministro.

Uma grande honra, sem dúvida uma grande honra.

 

Quando eu fui para esse cargo, para essa função, imediatamente todos os olhos voltaram-se para mim. As pessoas imaginavam isso, esperavam isso e sabiam da nossa amizade, mas elas não desejavam isso. Muitos daqueles outros rapazes desse grupo seleto e de outros grupos que vieram depois, irmãos mais jovens do príncipe, inclusive.

 

O meu lugar era muito, muito cobiçado. Então eu sofri, eu adoeci. Muitas vezes eu ia para a minha função com fortíssimas dores de cabeça e ao meu lado estavam homens com a idade do meu pai, dos meus irmãos mais velhos, dos meus tios que agora, quando eu passava por eles, tinham que se abaixar para mim.

 

Eu não era o príncipe herdeiro, mas eu era o Primeiro Ministro e daí começou a grande dificuldade na minha vida, porque as pessoas não falavam tudo para mim. Eu passei a sentir que as pessoas mentiam para mim, que o silêncio respeitoso escondia raivas e ranger de dentes. Que as mulheres lindas dançando para mim, oferecendo as suas belezas e seus favores não me queriam, mas o dinheiro, a posição e o prestígio que o meu nome poderia oferecer a alguém.

 

Eu olhava para o príncipe herdeiro e pensava: “Meu Deus, ele não passa por isso!”. Porque a função dele já é solitária e aquilo já definido para a vida dele está definido.

 

Ele não precisa escolher esposa, ele não precisa definir a sua rota pessoal, e ele não precisa diretamente lidar com nenhum desses abutres que eram o Chefe de Estado, os Cavaleiros, os guerreiros e os outros nobres.

 

Eu sim, me sentia jogado num vespeiro, porque o tempo inteiro eu tinha que buscar informações desses homens, dessas situações, desses conchavos políticos e levar ao Rei.

 

Eu vivi na pele, na mente, no coração, no corpo, na alma o caminho do meio, porque para aqueles que estavam à minha volta, eu tinha poder. Para eles eu podia dizer sim, eu podia dizer não. Eu podia definir uma estratégia. Eu podia aceitar um complô político que mostrava que aquele fato era o certo e eu podia acabar com alguma coisa muito importante, dizendo um: “Não!”

 

As pessoas me viam como um grande poder e o meu rei me via como subordinado fiel que não podia errar, que não podia vacilar, que não podia mentir. E às vezes ele rugia lá do alto do seu trono, porque ele sabia de todas as situações complicadas do palácio e dos conflitos políticos e eu tinha que filtrar tudo isso para levar aos subordinados, às outras pessoas a mensagem do rei como algo positivo, próspero, bom. E nem sempre o bom era bom e eu não podia mentir.

 

Foi um cargo, uma função que exigiu de mim extrema habilidade política e ali eu aprendi um grande princípio que eu carreguei comigo e me ajudou demais no meu caminho espiritual e na minha ascensão: Nem tudo é pessoal.

 

Eu aprendi a não carregar para dentro de mim as coisas que as pessoas falavam, as coisas que as pessoas diziam, os seus medos, as suas estratégias, a suas políticas, as suas maldades.

 

Eu aprendi a olhar para as coisas e silenciar, não apenas na palavra, mas no profundo espaço que eu criei no meu coração. Porque falar o tempo todo era algo extremamente negativo, eu podia me comprometer. O silencio me fez aprender a ouvir, a falar as palavras corretas no momento correto.

 

Foi através desse silêncio que me tornei um estrategista, mas eu vivia com ‘saias justas’. Era muito difícil a minha posição e ele acreditava em mim como um irmão, como um parceiro, como um amigo.

 

As pessoas precisavam de mim e como foi difícil colocar para elas quem eu era. Como foi difícil conquistar delas o respeito.

 

Eu queria ser amado, eu queria ser respeitado, eu tinha as minhas carências, mas naquele tempo e naquela vida eu não pude viver a minha carência.

 

Eu tive que ser forte, um guerreiro sem armas, um guerreiro que não buscava o benefício pessoal, porque muitas vezes eu tive que abrir de mim mesmo, do meu querer e pedir muito a Deus que me trouxesse sabedoria para agir não na minha vontade, mas naquilo que faria bem a todos.

 

As pessoas que me olhavam como homem poderoso e não nutriam por mim respeito ou amor não poderiam me chamar de déspota, porque nunca fiz isso, eu não impunha a minha vontade.

 

Eu não fiz feliz a todos porque as pessoas (também aprendi essa lição) só se sentem felizes quando nós as agradamos e eu não pude agradar a todos o tempo todo.

Foram grandes aprendizados de distanciamento, de unidade com Deus e com o meu compromisso de relevar a convivência com o próximo para viver no caminho do meio, na vida reta.

 

Hoje eu vejo que o meu aprendizado de tantos anos atrás é igual a muitos de vocês que são executivos, que trabalham com pessoas, que convivem com pessoas, que são funcionários e têm acima de vocês um chefe e abaixo de vocês, ou ao lado, pessoas desejosas de que seus intentos e vontades sejam atendidos, porque assim é o mundo.

Você presta serviço a alguém, e pessoas prestam serviço a você, e ao mesmo tempo que na ilusão de Maya você pertence completamente a esse mundo, na sua função de pai, de irmão, de filho, de funcionário, de chefe de família, de colega de trabalho, você não deve pertencer a esse mundo. Você deve pertencer a você mesmo.

 

Filhos, não pertençam, também, aos seus romances, aos seus maridos ou a suas esposas. Pertençam a vocês mesmos. Porque todas as vezes que você colocar o seu poder nas mãos de uma outra pessoa, você fará ambos infelizes. Volte-se ao seu interior.

 

Nessa vida, com tantos desafios, eu tive que rezar muito e me recolher muito. Eu não era um Buda, eu não era um monge e nem tinha esse direito. Porque o rei decidiu me casar não apenas com uma mulher, mas com três, porque ele achava que eu tinha que experimentar os prazeres e as obrigações como ele, porque ele também tinha três esposas.

 

Vocês imaginam que de três esposas tinha mais de dez filhos e isso era uma grande demanda, muitas mulheres me pedindo coisas, muitos filhos me exigindo coisas, muito trabalho me cobrando coisas.

 

O tempo inteiro eu era exigido e isso fez com que eu desenvolvesse a necessidade da meditação, a necessidade do recolhimento e da oração, porque a vida me testou de todos os lados para que eu não fosse dono de mim mesmo.

 

Eu era do mundo, eu era dos meus compromissos, eu era do meu reino, era do meu rei, eu era fruto do meu poder.

 

Isso foi a minha vida inteira e exigiu de mim esse profundo mergulho dentro do meu eu.

Assim eu digo a vocês: “A ascensão é um processo, um caminho de mergulho interior e de pertencer a si mesmos”.

 

Eu Sou Mestre Kutumi e essa foi uma de minhas vidas como nobre. Eu tive muitas vidas como nobre, porque havia uma necessidade muito grande da minha alma de aprender a servir.

 

Enganam-se vocês que pensam que os humildes servidores são aqueles pobres, de pés descalços e roupas roídas que varrem o chão.

O humilde servidor deve ser aquele que carrega uma coroa, um cetro e as responsabilidades que esse cargo impõe: servir à vontade superior, se equilibrar com o poder que lhe é dado, porque tudo que lhe é dado é um aprendizado.

 

A minha escolha - porque sempre temos escolhas, meus filhos - foi a busca do caminho interior e da conexão com o meu Eu Sou.

Eu precisei tanto desse meu Eu Sou, eu precisei tanto de mim mesmo que eu encontrei essa luz no meu coração.

 

Digo a vocês que o caminho do meio, além de ser o caminho correto do equilíbrio, do bom senso e da sabedoria, é o caminho do amor, e é o caminho necessário. Porque, se não mergulharmos em nós mesmos, o mundo nos absorve.

 

Aquele que quer esse caminho está com Deus!

 

Essa é a minha lição da Chama Amarela.

A minha história, sei que é familiar a muitos de vocês, porque vocês vivem o mesmo desafio de se manter centrado, sendo vocês quem são e não pertencendo ao mundo que lhes rouba o tempo todo.

Recebam nossas bênçãos e luz, e caminhem pelo meio salvos do ego, da vaidade, do orgulho, da pretensão, da necessidade e carência do amor e das exigências do mundo.

 

O Eu Sou é livre!

Tenham e sigam em paz.


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