Mestre: Professor da Chama Amarela
Data: 18/01/2012
Local: Espaço Alpha Lux
Canal: Maria Silvia Orlovas
Áudio: A identificação com os desejos (mp3) - Clique aqui
A identificação com os desejos
Eu Sou um peregrino e
mostrarei para vocês a Minha estória.
Eu
queria muito encontrar o Meu caminho, a minha missão, a Minha vida. Eu nasci
num lugar muito pobre, num vilarejo desconhecido. O Meu pai morreu quando Eu
era criança e Minha mãe Me criava junto com Meus irmãos numa estória comum,
como é a estória comum de milhares de outras crianças e pessoas que nascem em
lugares pobres.
Eu
conheci o cheiro da terra, Eu Me deliciava com a água quando chovia, quando
enchia os córregos. Eu era feliz!
Ninguém
quando Eu era criança Me avisou que Eu era pobre ou que Eu tinha que ser
triste. Eu não conhecia a pobreza, então Eu Me achava muito rico, porque quando
era a época das cheias coincidentemente as árvores tinhas frutos e Nós podíamos
Nos fartar, podíamos brincar, podíamos correr e como ninguém Me disse que havia
uma escrita, uma troca, um dinheiro, Eu acreditei muito na felicidade e em
Deus, porque quando os tempos eram mais pesados e não havia chuva e não havia
comida, igualmente Eu era feliz, porque a vida era assim. Eu tinha um
sentimento de paz, de conformidade, de entendimento, de aceitação e de
humildade, mas nenhum desses sentimentos eram trabalhados, porque Eu não
conhecia o outro lado.
Quando
Eu fui crescendo, as pessoas foram Me avisando, Me ensinando, Me cobrando, Me
jogando pro mundo de desafios e Me lembro do dia em que um tio veio arrumado
com roupas que Eu nem conhecia, me buscar para estudar na cidade.
Eu
Fui levado num carro de boi, numa viagem longa que Eu não sabia que não teria
volta.
Lá
fui apresentado a um mundo de barulhos, de pessoas, de desejos, de sonhos do
qual Eu pensei que nunca mais sairia, porque era uma cidade maior e porque fui
sendo envolvido por aquela “teia”... A “teia” Me envolveu, as pessoas Me
envolveram, os desejos Me envolveram, os sonhos Me envolveram, a necessidade de
crescer, de ganhar, de ser, de ter Me envolveu de tal maneira que Eu Me
identifiquei completamente com tudo aquilo.
Mas
não foi um desejo que veio da Minha alma, as coisas foram vindo para Mim e Eu
fui aceitando, Eu fui sendo seduzido, Eu fui deixando a vida entrar e fui
entrando na vida. Houve uma cumplicidade da Minha parte e não poderia ser
diferente disso, porque Eu estava sendo jogado nesse caminho. Até que um dia Eu
já sabia ler, Eu já sabia escrever, Eu já sabia o que era ser pobre, o que era
ser rico, eu já sabia que Eu não era rico, Eu sabia que tinha que trabalhar
muito para cumprir com as mínimas necessidades da Minha vida e Eu achava que
tudo na Minha vida era mínimo e que eu não precisava de muitas coisas, então...
Eu era muito conformado e muito identificado com a Minha situação; então Eu
achava que todos os Meus desejos eram legítimos e que Eu tinha que buscar a
satisfação de cada um dos Meus desejos: Eu era tão pobre, Eu era tão pequeno,
Eu era tão necessitado, não fazia mal a ninguém; então Eu tinha direito de
desejar tudo o que Eu tinha que desejar...
Da
mesma forma que cresceram os Meus desejos e a Minha identificação com a vida,
com as coisas, com as pessoas, com o mundo, Eu fui Me separando de Deus.
Eu
não era mais feliz porque chovia. Eu não era mais satisfeito porque tinha no
Meu prato uma fruta para saciar a Minha fome. Eu não era mais feliz porque
alguém Me abraçava ou porque Eu tinha condições de tomar um banho ou de dormir
numa cama limpa, num lugar que acolhesse o Meu corpo. Essas coisas eram
básicas. Todo mundo tinha e Eu também tinha, então nada disso Me trazia
qualquer sentimento de gratidão ou de felicidade.
Era
assim a vida, então por que agradecer? Por que reconhecer as coisas? Não tinha
mais reconhecimento e Me esqueci completamente de quem Eu era e inclusive não
gostava de lembrar da Minha mãe, porque ela já tinha morrido, de quem eram os
Meus irmãos, porque Eu já não Me sentia mais conectado, parecido, assemelhado
com os Meus irmãos.
Eu
estava completamente identificado com a vida que Eu tinha e com todos os
motivos que Eu tinha para ser infeliz. Eu não queria ser infeliz, Eu tinha uma
mente positiva, então Eu queria a felicidade, a realização, mas só que Eu Me
sentia completamente não realizado e Eu era...
Como
Eu disse, trabalhava muito e ganhava pouco e isso foi ficando tão forte e tão
pesado em Mim, até o dia em que adoeci. Era uma época de calor e muitas doenças
circulavam naquela cidade com pouco saneamento e muitas pessoas.
Eu
vivia na Índia e entrei num processo de uma doença, de uma infecção e aquilo Me
colocou no chão, Me colocou de cama. Eu comecei a tremer, Eu tive delírios e de
repente Me vi projetado fora do Meu corpo. Eu era de novo aquele menino, aquela
criança tomando banho num córrego, subindo em árvores, sentindo o cheiro da
terra, mexendo nas plantas, correndo atrás de galinhas, abraçando a Minha mãe,
brigando com Meus irmãos, sorrindo, correndo e de novo veio uma grande
felicidade para Mim, porque Eu Me identifiquei com tudo aquilo que era tão
simples, tão natural e Eu não queria mais voltar para o Meu corpo gasto de um
homem maduro, de uma pessoa que tinha acumulado tanto conhecimentos,
sabedorias, estórias, sucessos, fracassos... Eu não queria mais voltar para
aquele corpo que estava sendo tratado.
Então
um Ser Dourado apareceu para Mim; Ele era lindo!
Eu
vinha da tradição Budista e achei que Ele era o Buda e Ele Me disse com a mão
direita estendida, num gesto de bênção: “O sofrimento, Meu filho, vem da
identificação com os desejos. Os Homens sofrem, porque se identificam com seus
desejos e quanto mais se identificam com seus desejos mais observam que esses
desejos não são realizados; então, eles se identificam com a dor, com a
frustração, com o fracasso, com o insucesso. Olham pra si mesmos e se sentem
fracos, impotentes, sozinhos e carentes e desta forma selam o seu destino. Eles
dizem que a vida é assim, eles dizem que eles são assim. Cabe a você pensar
como você quer que a sua vida seja. Cabe a você escolher com o que quer se
identificar.
Aquele
sonho dourado que Eu tive, de repente se esvaeceu em infinitas gotas douradas,
como se fosse uma chuva e Eu despertei do Meu leito, não estava mais doente. Os
remédios tinham agido em Mim, porque Meu corpo foi favorável à Minha cura.
Eu
senti uma gratidão infinita, uma paz infinita e daquele dia em diante caminhei
na Minha vida, caminhei para a pacificação, caminhei para Meu aprendizado
maior.
Tornei-me
um professor e hoje, no plano espiritual, Eu Sou um professor.
Trabalho
em sintonia com a Chama Amarela, a linhagem dos Budas, dos Seres Iluminados e
Estou aqui nesta escola que é um ponto de luz para Nós, servindo aos Mestres
ascensos.
Quero
explicar a vocês que ascensão é um processo. Eu não Sou tão Ascenso quanto é um
Sydharta, um Buda Iluminado, Eu estou no Meu caminho de ascensão que é um
caminho de professorado, de aprendizado, de graduações e assim, também, são
vocês.
Somos
todos parceiros peregrinos nessa caminhada e Me sinto profundamente agradecido
e abençoado por ter a oportunidade de estar nesse escola com vocês.
Caminhem...
Quero compartilhar a Minha lição com muito amor, dizendo a vocês: cuidado com
aquilo que vocês se identificam. A identificação é o apego, a confirmação dos
seus desejos e normalmente os homens e mulheres inteligentes têm inúmeras
justificativas para dizer que os seus desejos, que as suas vontades e os seus
anseios devem ser manifestados.
A
mente é ardilosa, mas vocês são donos de suas mentes e devem escolher o que
pensar, escolher com o que se identificar.
A luz da sabedoria, a
Chama Amarela a qual Eu Sirvo com o bem amado Mestre Kutumi, com bem amado Mestre
Sydharta, com bem amado Mestre Djaho abençoa vocês hoje numa energia de
profundo amor.
Desenvolvam
a sabedoria, a iluminação, a ascensão.
Com
todo amor, Eu saúdo vocês: “Namastê!”
obrigada por mais uma mensagem que toca fundo em meu coração:)
ResponderExcluirBom dia!
ResponderExcluirMe desculpem, mas eu não consegui compreender o que ele quer dizer com a identificação dos desejos e a relação que isso tem com o apego e as doenças. Temos que tomar cuidado com o que desejamos ou com como desejamos as coisas?