Certo dia um jovem teve um sonho. Aprendia a jogar capoeira em uma vila. Depois entrava em uma casa antiga, e encontrava um homem negro já idoso, de chapéu de palha e rosto marcado pela idade.
O jovem não tinha religião, mas sentia que pertencia a todas elas, com respeito e reverência escutou o que aquele senhor dizia. Não sabia muito sobre os Pretos Velhos, apenas que eram espíritos de luz que um dia já foram escravos e aprenderam a perdoar.
Quando acordou o jovem não se lembrava da conversa. Apenas do pedido: -Escreva pra eles, e chame essa carta de "Amor pro mundo". Então o jovem escreveu...
Amor pro Mundo
Perdoa mundo minha falta de amor a terra, todas as vezes que eu permiti que falasse mais alto a voz da guerra.
Perdoa mundo minha falta de amor a natureza, por me perder na ganância de extrair da tua beleza.
Perdoa mundo minha falta de amor aos meus irmãos, todas as vezes que deixei de amar e compartilhar do meu pão.
Me perdoe por ser intolerante e impaciente, de deixar de respeitar a opinião de quem pensa diferente.
Só é livre quem perdoa, maior ainda é quem se doa.
No perdão reside a cura das dores, o desatar dos nós e dos dissabores.
Hoje eu penso na beleza das diversidades, aceitando com amor as pessoas com seus defeitos e qualidades.
Abro mão de ter razão, do punhal e da aspereza. Grande é o homem que vive em paz e oferece a gentileza.
Abro mão do julgamento, me desfaço do querer, feliz é o homem humilde, com gratidão no viver.
Deixo de lado a vaidade, assumindo com amor a minha responsabilidade.
A mente doutrinar nas coisas boas, para que ela não carregue consigo os erros das pessoas.
As mãos para semear os bons grãos, me afastando das atitudes de discórdia e desunião.
As pernas prontas a seguirem o caminho da retidão, entendendo a verdadeira força da verdade na devoção.
Sabe mundo, que as pessoas possam aprender com a força do amor, capaz de abrir o céu e a terra, e ainda sim estar contido na beleza de uma flor.
Deus não tem forma, mas se permite em uma foto, vem a Terra ensinar, e tocar o coração do devoto.
Aceita essa prece Mãe Terra, tu bens sabes que a oração do homem tem poder de sanar toda a guerra.
Mente e coração unidos sem fronteira, pra falar em amor entre as religiões como uma única bandeira.
Divina Iansã, querida Mãe dos Ventos, espalha aos homens que é tempo do perdão, e de todo o seu alento.
Jesus ensina o amor maior, aquele que transcende a cruz. O teu perdão é divino, é o exemplo que reluz.
Shiva Nataraj alegria de viver, faz brotar a Luz Divina para o homem renascer.
Gautama Buddha iluminado, cura o homem do desassossego. Ensina do contentamento, que reside no desapego. A bondade e a compaixão, a verdade que brota do coração.
Toca Krishina sua flauta, traz a nós a luz que cura. O teu riso é o encanto, melodia da doçura.
Misericordioso Alá o Teu nome é a libertação, faz brilhar o amor nos homens pra olhar além da religião. És a força que irradia, o nascer de cada dia.
Vem e abre o mar vermelho, ascende aqui o Seu calor. Faz a paz entre os homens, toda a ternura e amor.
Salve a luz da Fraternidade Branca, a ajudar a Mãe Terra a sustentar suas ancas. Linda irmandade de amor, tua presença é a luz do Criador.
Ordem de Melchizedek, Pai de amor Rei de Salém. Vem a Terra e cura o homem, potencializa o nosso bem.
Era Um e se fez tantos, se recriou em muitos versos. Fez surgir toda a vida, em Seus filhos pelo Universo.
Não me sinto mais sozinho, quem sabe de uma estrela eu fui. No amor e consciência, dos irmãos Galácticos da Luz.
Sabe mundo, me ajuda a entender de aceitação. De viver com coragem, me abrindo ao perdão.
Cresce o homem na coragem, quando abre o coração. Quando pensa na verdade, e beleza da criação.
Eu agora compreendo o amor maior e a doação, energia que preenche e expande o coração.
Querido mundo eu te amo, mas preciso ir agora. Colocar em prática todo o amor, na vida que me espera lá fora.
Ouvi dizer que o tempo urge! Não sei ao certo o que me espera, mas, tenho esperança em uma nova Terra, cheia de amor e luz, na consciência da Nova Era.
Termino a carta com amor, pedinto a ti as bênçãos do Criador.
por Diogo Guedes