sexta-feira, 25 de maio de 2012

NY e os símbolos


            Tenho aprendido muitas coisas e acho que a principal é manter a mente aberta, viva, conectada com Deus e livre de preconceitos. Na verdade acho que nem deveria ter tido qualquer tipo de preconceito, por conta do caminho que se apresentou na mediunidade, e no meu trabalho. Porém a vida ensina e fui convidada ver tantas coisas lindas e as vezes difíceis ao mesmo tempo, que fui percebendo que nem tudo é como imaginamos à primeira vista.
            Devo confessar que apesar desta abertura que sempre tive para o sobrenatural não sabia direito lidar com isso. E até uma certa altura da caminhada, queria fazer parte do mundo normal. Lutei para ser aceita “fazendo tudo certinho”,  não queria a visão expandida das coisas, não queria ser diferente, mas não foi assim que aconteceu. Com o tempo descobri que também gostava das coisas diferentes, e fora dos padrões, e isso repercutiu em tudo ao meu redor. Assim na juventude, ao contrario de amigos que estavam descobrindo o mundo estudando fora, indo para Europa e EUA, atendendo o chamado da alma, fui para a Índia em busca de respostas, e  me encantei com o que encontrei e muitas vezes repeti essa viagem.
 Tinha e tenho certeza que vivi muitas vidas no Oriente e sempre senti grande afinidade com aquele ambiente, com as paisagens, a energia do local e principalmente com Sai Baba e seus luminosos ensinamentos que me deram a tão procurada referencia de vida. Aprendi os valores humanos, meditação, orações e mantras que penetraram profundamente o meu ser, e mesmo anos depois não me imaginei indo para os EUA nem muito menos gostando de lá, nem interagindo com aquele país, que segundo meus antigos critérios, era materialista, e superficial.
            Duro admitir minhas teorias falidas, mas acho que tenho que tornar público meu equivoco. Pois sinto que está na hora de quebrar certos padrões que até então dominaram a mentalidade de muitas pessoas que como eu buscaram espiritualidade achando que a magia, o mundo oculto está reservado apenas a templos em lugares sagrados. E apesar de continuar achando que nesses lugares há uma força energética muito grande, que deve ser respeitada, e continuar seguindo as orientações espirituais que aprendi com meu amado mestre,  o destino tem me convidado a abrir a mente e o coração para encontrar essas passagens para o mundo oculto, e as forças divinas em todos os lugares.
            Sinto que não faz mais sentido achar que a espiritualidade está apenas em lugares especiais, ou em religiões consagradas, meu coração pede expansão. Hoje espiritual para mim é muito mais do que as rezas, que continuo fazendo no silencio do meu quarto, no salão de Alpha Lux, com meus grupos.  Hoje espiritual deve ser a conduta diária, que vai além das vivencias fechadas em grupos restritos. A espiritualidade é e deve ser a pratica da boa educação, da ética, da verdade, e do amor.
            Penso que estamos vivendo um tempo difícil com tantas transformações, mas ao mesmo tempo, acho que o momento é muito afortunado e cheio de possibilidades, principalmente quando mergulhamos profundamente em nós e descobrimos que a sabedoria está em nossos corações mais compassivos e amorosos, na caridade, na oferta em olhar o outro com mais amor e paciência. A espiritualidade também está na força do nosso compromisso de auto aprimoramento e expansão da consciência.
Nesta minha ultima viagem a NY senti exatamente isso. Logo no primeiro passeio que fizemos me encantei com a arquitetura, com os lugares pitorescos, com as flores prontas para receber a primavera. Mas foram os símbolos incrustados em portais, janelas, enfeitando tetos que me chamaram a atenção e o olhar para uma força muito grande que foi depositada naquela cidade, que se auto denominou big Apple. Aliás como nada é ao acaso, observo que pensar na tentação bíblica faz muito sentido quando vamos descortinando NY caminhando a pé. Pois somos tentados a descobrir mais, olhar mais. E não dá para não admirar a força da cultura da capital do consumo.
    Talvez a idéia de pensar que apenas na Índia teria uma experiência verdadeiramente espiritual, e que o resto do mundo era apenas o resto do mundo fizesse sentido no começo da minha trajetória quando estava fincando minhas raízes, porém agora o movimento que me carrega é expansivo. Quero fazer as pazes com o mundo, e me abrir para encontrar Deus e seus encantamentos em qualquer lugar, porque hoje sei que Ele se expressa em milhões de nomes e formas, dentro e fora de mim, e que é maçã e também aquele que come do seu fruto.           
             Fim do preconceito!


Aproveito para comunicar que a partir do mês de Junho na primeira sexta feira teremos o grupo dos Sintonizadores começando as 17hs e seguindo com entrada até as 20hs. Nas outras semanas o horário será das 17 às 19hs. Fechando nos feriados e pontes.

Este mês fomos convidados a doar os alimentos, agasalhos e cobertores que arrecadamos para o projeto da igreja Batista do bairro das Perdizes "Cristolandia"que retira jovens da cracolandia e leva para um abrigo que está sendo construído em Taubaté. 

Desejamos a todos muita luz e boa sorte!
            

2 comentários :

  1. Maria Silvia,

    Me identifico muito com tudo que você escreve. Tanto que... que vou ler, já penso: o que será que tem dela pra mim hoje.

    obrigada por ter essa abertura, por mostrar a sua cara.

    Estamos na mesma sintonia.

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  2. "Sinto que não faz mais sentido achar que a espiritualidade está apenas em lugares especiais, ou em religiões consagradas, meu coração pede expansão. Hoje espiritual deve ser a conduta diária, que vai além das vivencias fechadas em grupos restritos". SER em qualquer lugar, sob qualquer situação, oh aprendizado fascinante esse!!!!

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