sábado, 11 de maio de 2013

A Casa de Vidro



Num sábado chuvoso, eu e meu marido Fabio, amantes da arquitetura modernista, fomos visitar a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi.
Impressionante a integração com a natureza, e a leveza da construção. 
Mas mais impressionante mesmo, é pensar que ali viveram pessoas ilustres que mudaram a cara da cidade de São Paulo, a arquiteta Lina Bo Bardi e seu marido Pietro Maria Bardi.

Foi Lina Bo Bardi que projetou o MASP, com seu enorme vão livre, paredes de vidro, e total modernidade.
Em algum momento a gente se pergunta, de onde veio a inspiração?
Li na brochura explicativa da mostra, que Lina vindo da Itália devastada pelo pós-guerra, escreveu que "na Europa, a casa do homem ruiu". E imagino que alguém que passou por uma grande destruição, somente com muita luz, se abre com tanta coragem para um renascimento.
Acho que esta é uma forma saudável de continuar vivendo. 
Entendo que não podemos evitar traumas, por que as coisas acontecem. 
Numa realidade menor, felizmente longe do triste cenário da guerra, as pessoas sofrem por coisas mais simples, mais corriqueiras, mas continuam tendo que enfrentar os desafios.

Pessoas queridas morrem, se divorciam, perdem o emprego, enfrentam doenças, mudanças repentinas e toda sorte de tropeços, e o que fazer, se fechar ou se abrir?
Lina Bo Bardi, definitivamente, se abriu. Literalmente enfrentou o medo e a destruição da sua realidade. 
É impressionante como uma casa de vidro pode ser confortável, e acolhedora mesmo numa tarde fria, e chuvosa.
Circulando por aquela casa, me sentindo convidada a compartilhar as memórias soltas em alguns móveis, quadros e outros poucos objetos pessoais, dava para sentir o pulsar da alma sensível da sua dona.
Achei especial a cozinha pintada de verde, e descobri ouvindo uma das guias da mostra, que Lina gostava de cozinhar. Assim como eu, seus pratos preferidos eram da cozinha italiana e brasileira!
Nesse momento estava sorrindo pensando em levar dali inspiração para a casa que estamos construindo em Campos do Jordão.
Obrigada, Lina. 
Achei que seria forçado chamá-la de amiga Lina, mesmo tendo sido convidada a penetrar em sua intimidade.
Mas só os amigos são assim generosos, compartilhando sua luz, sua inspiração.


Acho que os grandes artistas, filósofos, músicos recebem um quantum de luz, de benção, para nos guiar à evolução.
Suas obras têm uma mensagem, e até uma função em nossa vida.
Nos impulsionam abrir as portas, inspirar para o novo, e dizer que a vida vale muito a pena.


Assim amigo leitor, na próxima vez que se sentir triste, perdedor, ou mesmo desmotivado por um motivo ou por outro, coragem. Recrie-se. Abra e mente e o coração.
Inspire-se na arte e faça a sua ser muito especial. Nem que seja assim... Somente para você.

2 comentários :

  1. Muito obrigada, Maria Sílvia por mais uma linda reflexão e a suave mensagem de encorajamento e luz!!!
    Te adoro! ♥
    Beijos! Parabéns pelo Dia das Mães!!!

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