Áudio |
Eu fui um monge. Eu fugi para o Monastério.
Porque eu tinha uma vida muito difícil, uma família muito pobre, muitas brigas. E a vida espiritual, o caminho espiritual para mim foi uma necessidade a que eu nunca quis olhar, entender como uma fuga.
Mas, foi uma intensa necessidade. Eu queria amparo, colo, entendimento.
E no Monastério em que eu fui viver, eu não tive nada disso, porque era um lugar com muitas regras, com muitos compromissos e com muitas pessoas. E eu fiquei muito só, muito só.
E aí eu fui convivendo com muitos monges, mas sem a intimidade que eu queria.
Eu queria que alguém chegasse perto de mim e me cuidasse e conversasse comigo e me ensinasse coisas.
Porque eu imaginei que a vida espiritual era assim. Eu imaginei que alguém viria ao meu socorro, que me contaria história, que falaria da minha vida, ou que falaria da vida de Deus.
E, ao contrário disso, eles me mandavam trabalhar na horta, varrer o chão, consertar janelas, ordenhar a vaca, limpar o pasto... Era uma vida muito dura. E eu vivia cheio de compromissos muito pequenos. Mas, como eu não sabia ler, nem escrever, eu não tinha como progredir.
Eu não tinha, mesmo naquele monastério, mesmo no lugar onde eu estudava, eu não tinha como progredir. Porque ali os trabalhos mais importantes eram dados para monges que sabiam ler, que sabiam escrever. E eu não fazia parte daquele grupo. Então eu olhava para eles com um misto de admiração e inveja.
E parece que quanto mais eu olhava para aquilo que existia à minha volta, menor o meu mundo se tornava. Porque eu não queria ficar preso ali.
Então eu tinha um desgaste, uma má vontade, um cansaço em relação àquilo que eu tinha que fazer. Porque o mundo dos outros me parecia sempre melhor que o meu mundo.
E, ao contrário disso, eles me mandavam trabalhar na horta, varrer o chão, consertar janelas, ordenhar a vaca, limpar o pasto... Era uma vida muito dura. E eu vivia cheio de compromissos muito pequenos. Mas, como eu não sabia ler, nem escrever, eu não tinha como progredir.
Eu não tinha, mesmo naquele monastério, mesmo no lugar onde eu estudava, eu não tinha como progredir. Porque ali os trabalhos mais importantes eram dados para monges que sabiam ler, que sabiam escrever. E eu não fazia parte daquele grupo. Então eu olhava para eles com um misto de admiração e inveja.
E parece que quanto mais eu olhava para aquilo que existia à minha volta, menor o meu mundo se tornava. Porque eu não queria ficar preso ali.
Então eu tinha um desgaste, uma má vontade, um cansaço em relação àquilo que eu tinha que fazer. Porque o mundo dos outros me parecia sempre melhor que o meu mundo.
Era um mundo onde eles faziam trabalhos mais leves e eu achava que eles eram mais felizes do que eu.
E como ali as pessoas não conversavam muito, eram cordiais no almoço, no jantar e em alguns horários que podiam falar, mas o resto do tempo eu não sabia o que as pessoas pensavam, sentiam. Eu sabia de mim mesmo.
E durante muito tempo eu fiz as tarefas árduas do dia a dia brigando muito. Não com os outros, eu não falava palavras negativas, nem ofendia ninguém. Mas eu brigava comigo, eu brigava com Deus:
E como ali as pessoas não conversavam muito, eram cordiais no almoço, no jantar e em alguns horários que podiam falar, mas o resto do tempo eu não sabia o que as pessoas pensavam, sentiam. Eu sabia de mim mesmo.
E durante muito tempo eu fiz as tarefas árduas do dia a dia brigando muito. Não com os outros, eu não falava palavras negativas, nem ofendia ninguém. Mas eu brigava comigo, eu brigava com Deus:
“Por que eu estava ali? Por que eu estava sendo punido? Por que eu tinha aquela história? Por que eu não podia ter uma vida melhor, uma vida mais leve, um trabalho mais bonito?”.
Eu via tantas pessoas realizando tantas coisas, tantas histórias, eu imaginava...
E aí eu voltava para mim mesmo, sempre para mim mesmo. E aí, quando eu voltava para mim mesmo, eram sempre as mesmas histórias, sempre os mesmos desafios.
E quando o tempo foi passando, eu pensei que se eu tivesse vivido no mundo lá fora...
Se eu tivesse me casado... Se eu tivesse tido filhos... Se eu tivesse tido uma mulher... Quanto eu desejei uma mulher...
Eu via tantas pessoas realizando tantas coisas, tantas histórias, eu imaginava...
E aí eu voltava para mim mesmo, sempre para mim mesmo. E aí, quando eu voltava para mim mesmo, eram sempre as mesmas histórias, sempre os mesmos desafios.
E quando o tempo foi passando, eu pensei que se eu tivesse vivido no mundo lá fora...
Se eu tivesse me casado... Se eu tivesse tido filhos... Se eu tivesse tido uma mulher... Quanto eu desejei uma mulher...
Se eu tivesse tido outras histórias, talvez eu estivesse mais feliz... Se eu tivesse feito uma outra escolha, talvez eu tivesse ficado mais feliz... Se eu tivesse um amigo...
E aí eu comecei a desejar muito ter um amigo. E, naquela altura, eu já conhecia todos os rapazes, todos os senhores, todos os homens do Monastério. Porque era um lugar grande, viviam muitas pessoas. Mas ninguém era meu amigo. Não o amigo que eu desejei ter.
Eu desejei um companheiro. Alguém com quem pudesse trocar. Alguém com quem eu pudesse falar. Alguém que pudesse me ouvir. Alguém que me compreendesse sem que eu precisasse falar. Era assim que eu imaginava um amigo. Alguém que, com um olhar, compreendesse aquilo que eu estava sentindo. Amigo, amigo... Eu quis muito um amigo, porque eu me sentia muito só. E esse amigo seria a solução para minha solidão.
E como naquele momento eu ainda era jovem, muitas vezes eu misturei um amigo com um amante. Porque eu queria um colo, eu queria entendimento. E quando esse sentimento vinha para dentro de mim, eu queria sexo. E aí eu me punia, porque eu não podia querer, não podia pensar.
Eu passei muitos dramas, que ninguém nunca soube, porque no outro dia eu tinha que acordar cedo, limpar o curral, ordenhar a vaca, cuidar da horta... Tarefas muito humildes, pesadas, cansativas, e que às vezes me curavam dos meus pensamentos. Às vezes me empurravam para os meus pensamentos, porque não preenchiam as minhas emoções.
E foram muitos debates os que eu vivi dentro de mim. E quando eu fiquei mais velho, com sentimentos mais depurados e alguns vícios mentais, coisas que eu pensava todos os dias, eu comecei a me limpar. E comecei a desejar muito um amigo.
E teve a fase em que eu pensava nos Santos, nos Grandes Seres Iluminados, como meus amigos. E depois eu não pensava mais, porque eu achava que eles deviam ter ocupações mais importantes que cuidar de mim.
E aí, por fim, eu fui descobrindo que eu tinha que ser meu amigo, que eu tinha que aprender a dialogar comigo mesmo, me acalmar, me ouvir, me corrigir, me acertar, colocar limites e me amar.
Eu comecei a descobrir que eu estava sozinho, que aquela era uma lição importante na minha vida. Porque também era para mim um aprendizado a solidão. Eu tinha que aprender a estar só. Eu tinha que aprender a me ouvir. Eu tinha que aprender a me bastar, sem egoísmo. Eu tinha que aprender a me fazer sorrir, a olhar para mim mesmo e encontrar, em mim, motivos para ficar bem.
Eu tinha encarnado como monge para me libertar das necessidades, das carências, para descobrir o valor em mim mesmo. É esta reflexão que eu trago para vocês hoje.
Eu sirvo à Chama Amarela da Alegria, da Consciência, do Saber, da Doação.
Quero explicar a vocês que cada vez que vocês se doam, que fazem pelo outro sem esperar em troca, vocês acessam uma luz interior muito profunda que preenche vocês de compreensão e de amor.
Cada vez que vocês amam alguém sem esperar o amor em troca, estão acessando a grande fonte do Amor Divino.
A solidão pode ser um passo muito grande para compreensão e a libertação. Não transformem o aprendizado de estar só num tormento. Os grupos, o amor, fazem parte do crescimento. Mas, quando alguém sabe ficar só, quando alguém ouvir a si mesmo, estará sempre preenchido e próximo do seu melhor amigo, que é você mesmo.
Quando você se sabe amigo de você, você sabe tudo. Você se preenche e você se liberta de muitas dores.
Nesse momento, espalhamos sobre vocês a energia amorosa da Chama Amarela, preenchida de Amor e de Coragem, Força ao caminhar e Luz no coração.
A serviço da Fraternidade Branca, com grande amor e reverência à Chama Amarela e ao nosso amado Mestre Kutumi, eu Sou Lanto e digo sempre a vocês: "Não nasci. Eu me tornei."
E aí eu comecei a desejar muito ter um amigo. E, naquela altura, eu já conhecia todos os rapazes, todos os senhores, todos os homens do Monastério. Porque era um lugar grande, viviam muitas pessoas. Mas ninguém era meu amigo. Não o amigo que eu desejei ter.
Eu desejei um companheiro. Alguém com quem pudesse trocar. Alguém com quem eu pudesse falar. Alguém que pudesse me ouvir. Alguém que me compreendesse sem que eu precisasse falar. Era assim que eu imaginava um amigo. Alguém que, com um olhar, compreendesse aquilo que eu estava sentindo. Amigo, amigo... Eu quis muito um amigo, porque eu me sentia muito só. E esse amigo seria a solução para minha solidão.
Eu passei muitos dramas, que ninguém nunca soube, porque no outro dia eu tinha que acordar cedo, limpar o curral, ordenhar a vaca, cuidar da horta... Tarefas muito humildes, pesadas, cansativas, e que às vezes me curavam dos meus pensamentos. Às vezes me empurravam para os meus pensamentos, porque não preenchiam as minhas emoções.
E foram muitos debates os que eu vivi dentro de mim. E quando eu fiquei mais velho, com sentimentos mais depurados e alguns vícios mentais, coisas que eu pensava todos os dias, eu comecei a me limpar. E comecei a desejar muito um amigo.
E teve a fase em que eu pensava nos Santos, nos Grandes Seres Iluminados, como meus amigos. E depois eu não pensava mais, porque eu achava que eles deviam ter ocupações mais importantes que cuidar de mim.
E aí, por fim, eu fui descobrindo que eu tinha que ser meu amigo, que eu tinha que aprender a dialogar comigo mesmo, me acalmar, me ouvir, me corrigir, me acertar, colocar limites e me amar.
Eu comecei a descobrir que eu estava sozinho, que aquela era uma lição importante na minha vida. Porque também era para mim um aprendizado a solidão. Eu tinha que aprender a estar só. Eu tinha que aprender a me ouvir. Eu tinha que aprender a me bastar, sem egoísmo. Eu tinha que aprender a me fazer sorrir, a olhar para mim mesmo e encontrar, em mim, motivos para ficar bem.
Eu tinha encarnado como monge para me libertar das necessidades, das carências, para descobrir o valor em mim mesmo. É esta reflexão que eu trago para vocês hoje.
Eu sirvo à Chama Amarela da Alegria, da Consciência, do Saber, da Doação.
Quero explicar a vocês que cada vez que vocês se doam, que fazem pelo outro sem esperar em troca, vocês acessam uma luz interior muito profunda que preenche vocês de compreensão e de amor.
Cada vez que vocês amam alguém sem esperar o amor em troca, estão acessando a grande fonte do Amor Divino.
A solidão pode ser um passo muito grande para compreensão e a libertação. Não transformem o aprendizado de estar só num tormento. Os grupos, o amor, fazem parte do crescimento. Mas, quando alguém sabe ficar só, quando alguém ouvir a si mesmo, estará sempre preenchido e próximo do seu melhor amigo, que é você mesmo.
Quando você se sabe amigo de você, você sabe tudo. Você se preenche e você se liberta de muitas dores.
Nesse momento, espalhamos sobre vocês a energia amorosa da Chama Amarela, preenchida de Amor e de Coragem, Força ao caminhar e Luz no coração.
E assim todos podem seguir o mesmo caminho, se tornarem pessoas melhores do que são hoje.
Tenham Luz e sigam em Paz.
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Nome de Referência: Quem é o seu amigo?
Mestre: Lanto
Mestre: Lanto
Local: Espaço Alpha Lux
Canal: Maria Silvia Orlovas
Transcrição: Patrícia Viégas
Grande presente.. Mestre de grande luz.. A energia estava no salão td.. Obrigada.bj
ResponderExcluirObrigada pelo alento.....ontem minha vela foi a amarela.
ResponderExcluirFiquei feliz pelo apoio e coragem da mensagem!
Lição duríssima...o próximo passo é sempre mais difícil! E as vezes surge no meio de um turbilhão!
Grata minha querida!
bjs
kkkk....fui tirar uma canalização no oráculo agora pouco e tirei outra do mestre Lanto que fala da mesma vida monástica sob outro aspecto! kkkkk .....Se essa mensagem não for para mim, é melhor escolher outro nome para me chamar! : D
ExcluirGratidão!
ResponderExcluirMe vi em muito trechos, me entristeci em alguns momentos. Entendi a busca e posso dizer que é a minha também. Sempre fui muito só, mesmo com muita gente por perto. Ainda sou ... mas não há tristeza.Obrigada pelo ensinamento!
ResponderExcluirLindo!! A simplicidade das palavras dos mestres nos transmitindo seus ensinamentos nos fascina, engrandece, revigora!! Toda minha admiração e amor! Gratidão!! <3
ResponderExcluirProfunda mensagem! De várias formas fugimos de nós mesmos. As vezes se afundando no serviço, as vezes se entregando as paixões, as vezes fugindo de ficar só... Mas é preciso aprendermos estar em nossa própria companhia, sem esquecer da importância de conviver com as pessoas e amar ao próximo como a nós mesmo! Obrigada...
ResponderExcluirAbraço, Roberta Rodrigues
Gostei do teu comentário, Roberta. Me fez refletir sobre quantas fugas eu utilizo para fugir de minha companhia. Televisão, internet, telefone, vícios, programas...
ExcluirOlhar para dentro, requer ver além do mar agitado. Observar que apesar das águas estarem agitadas na superfície, mais embaixo, existe uma paz, um sossego. Acessar esta calmaria, só através do silêncio, do contato com nós mesmos. Bjs e obrigada, Tati Fpolis.
Grata pela mensagem; veio em momento oportuno!
ResponderExcluirEu também sinto a necessidade de ser minha amiga. Eu sempre gostei de ficar sozinha. Ter meus momentos de repor as energias. A vida social me consome muito. Sempre lidei com os meus conflitos sozinha. Volte e meia, consulto alguma terapia energética e o blog MS. Assim, vou me entendendo, assimilando os fatos, me acalmando, me corrigindo...
ResponderExcluirAprender a se ouvir, a se amar e a se bastar, foi uma lição muito linda que o Mestre Lanto nos transmitiu. Estar preenchido é se envolver com sua força e fé interior, é se amar, é o contentamento por aquilo que se é. Hoje em dia, em épocas de redes sociais e smartphones e tablets, está cada vez mais desafiador, estarmos sozinhos e contemplando a paisagem, refletindo sobre o dia. A realidade virtual, faz com que cada vez mais, nos distanciamos do nosso silêncio. As pessoas dormem com seus aparelhos na cama, conectados on line. Confesso que até hoje, resisti de ter facebook. Pois meu receio, é que ficarei viciada no virtual. Mas não sei até quando vou resistir de não ter. kkk. Sou considerada um Et pelas pessoas por não ter Face. kkk. Digo que o tempo que tenho, quero acessar meus sites favoritos, ler um livro, refletir, etc. As pessoas geralmente não entendem como eu não quero ficar de bate papo pelo Face. Tudo tem que haver um equilíbrio. Mas uma coisa é certa: nos tempos dos Mestres, não havia tanta distração como tem hoje. Enfim, ficar só, hoje em dia, é muito mais difícil. Vamos no caminho do meio, abastecidos pela chama amarela, da Sabedoria com Amor. Luz, Tati Fpolis
simplesmente tudoooo!!! nós só estaremos "acompanhados" de um verdadeiro "amigo" quando entendermos que tudo está dentro de nós!!!somos uma partícula divina contendo tudo que necessitamos. Só precisamos criar essa consciência e entender que fora não vamos achar nada...mas isso não vem com um simples "pir-lim-pim-pim"...vem com as experiências q passamos dia após dia, com ensinamentos maravilhosos q. recebemos...mas sem nossa busca e vontade não virá...cada singelo detalhe é um universo de informações para entendermos que a melhor companhia para nós, somos nós mesmos!!!bjsss MS maravilhoooosa mensagem!!!
ResponderExcluirNossa senti uma grande tristeza com essa história, passar a vida inteira sem ter com quem dividir o que sente é difícil. Graças a Deus tenho muitos amigos da qual sempre me abri e até hoje posso confiar. Mas a cada um é dado um caminho, um corpo e uma vida. Reflexões que nos levam a sair de nós mesmos e enxergar o outro. Bjus M.S obrigado pelas mensagens.
ResponderExcluirLinda mensagem!
ResponderExcluirGratidão
Vanessa Rodrigues
Linda mensagem... me identifiquei muito.... e como sempre leio os comentários tbm, acho que cada um passou um pouquinho do que penso!!! E comigo não foi diferente, pois sempre fui ligada ao mundo externo... hoje estou voltada para o meu interior, e confesso que não é uma tarefa fácil, pois você se depara com uma grande bagagem para ser entendida, aceita e valorizada por si mesma. Mas com paciência e vontade cada vez mais vamos a caminho da Luz!!! Obrigada !!!!
ResponderExcluirSimone Verzola
Muito lindo... incrível como todos os seres em algum momento sentiram o que nós sentimos, os temores, o inconformismo, os questionamentos a Deus, a solidão, enfim... o amor que nos passam chega bênçãos de consolo e fé! Vamos seguir em frente!! Com gratidão, bjo pra vc.
ResponderExcluirFernanda Zuim
Mensagem maravilhosa! acendeu uma luz linda dentro de mim e revelou-me a importancia do aprendizado da solidão.... imensa gratidão ao Mestre Lanto e a você Maria Silvia, canal de LUZ!
ResponderExcluirBeijos no coração
Mariangela