Vendo os recentes acontecimentos que envolveram o
Brasil e a onda de comoção que tornou brasileiros atentos e patriotas, o que me
vem em mente agora é que sempre é tempo de mudar. Tanto uma mudança externa,
política, patriótica, como uma mudança pessoal, familiar, íntima.
A vida não vem pronta, vamos a cada dia construindo
nosso destino, abrindo-nos para algumas coisas e ao, mesmo tempo, fechando-nos
para muitas outras. Às vezes, por conta de experiências tristes e um certo
comodismo, muita gente deixa de lado os sonhos, as ideias que tinham para si
mesmas e vão empurrando a sua história com a barriga.
Claro que sou a favor da paz, do bom senso, da
harmonia e das relações duradouras, porque é somente numa ambiente pacífico que
coisas boas se desenvolvem. A revolta, assim como a raiva, não produzem bons
resultados, pois de uma raiz ruim, como brotarão coisas boas? Mas em alguns
momentos, o movimento é necessário... e desgosto, desagrado, fazem parte disso.
Não podemos aceitar tudo em nome da paz, da
harmonia, do equilíbrio pessoal, familiar ou mesmo social. Em alguns ocasiões
temos que dizer não, colocar limites, mostrar nossa indignação. Faz parte da
vida expor seus pensamentos e suas ideias. Faz parte mudar.
E justamente nessa semana com tantas histórias
corajosas e cheias de emoções e conquistas da sociedade, atendi Raquel, uma
bem-sucedida executiva, na área de recursos humanos, sofrendo de uma forte
alergia. Apesar de uma terapia alternativa como é Vidas Passadas, casos como o
dela, que a medicina não encontra um caminho de cura, acaba podendo ser uma
luz.
Assim, ela chegou com vários diagnósticos desencontrados,
e muita ansiedade em ficar livre do mal-estar. Expliquei que este processo não
pode ser totalmente direcionado, que muitas vezes as causas de uma doença como
a dela, uma forte alergia, pode estar associada a vários fatores, desde
alimentação, estados emocionais, conflitos etc., e sugeri que ela cuidasse de
todas as formas, inclusive, tomando os medicamentos adequados. Mas quando
acessamos os registros do corpo emocional -energias do inconsciente- ela
começou chorar copiosamente.
Sua alma estava presa aos seus próprios padrões e
amarras. Ela tinha medo de mudar, de dizer o que sentia, aprendeu desde cedo na
convivência com um pai autoritário, e uma mãe omissa, a ser uma pessoa
sociável, gentil e mentirosa.
A sessão de Vidas Passadas terminou de delinear o
retrato de uma mulher muito infeliz, fazendo de conta que era feliz. Porém, a
época era outra, ela era uma mulher de um fazendeiro rico da época do império,
seu marido envolvido com a política, fazia muitas viagens e tinha várias
mulheres, era autoritário e mal-educado na intimidade, porém, quando chegavam
pessoas para jantar, ou almoçar em sua casa, ele se transformava num homem
gentil e atencioso. Assim, além dos conceitos da época serem rígidos e não
permitirem uma separação, ela fazia todos acreditarem que era um doce de
pessoa.
Ainda em lágrimas, no final da sessão, ela
confidenciou que hoje vivia algo muito semelhante, porque o marido era
exatamente igual, mas ninguém sabia, porque ela não queria expor sua vida
íntima. Com isso, os abusos foram crescendo e se tornando insuportáveis, como a
alergia que estava tomando conta de parte do seu rosto e pescoço.
Pois é, amigo leitor, num tempo em que as pessoas
estão acordando para o movimento social, ainda existe muita gente tendo que
despertar para tomar atitudes na vida particular. Não é o caso apenas de tomar
ações impulsivas, e se separar, é aprender a dizer o que pensa e vencer o
orgulho e se expor um pouco. Afinal, qual o problema de revelar suas falhas, de
mostrar que errou?
Quem é que tem uma vida perfeita?
Raquel chegou a me dizer que, apesar de bem arrumada
e aparentemente jovem, ela já estava com quarenta e oito anos, tinha medo de
perder o emprego e de precisar da ajuda do marido.
Observando-a, ficava nítido que mais do que perder
algo da posição social, ela estava com medo da mudança, porém, seu corpo estava
deixando claro que ela não podia continuar se maltratando.
Separar ou não se separar não era a tônica da
questão. O ponto principal era se expor, mostrar seu desagrado e ver o que
aconteceria. Meio parecido com a atitude que todos nós brasileiros temos que
ter nesse momento. Já mostramos nosso desagrado e agora precisamos permanecer
atentos para ver o que acontece. E não podemos deixar de lado as conquistas,
porque cada um de nós tem um papel na sociedade e somente fazendo nossa parte é
que a mudança para melhor se concretizará.
Vejo que os valores espirituais, como Mahatma Gandhi
ensinou, são para ser praticados. “Devemos ser a mudança que queremos ver no
mundo!”
Obrigada Maria Silvia, seu espaço é um lugar que sempre volto! Ele é leve e sábio. Estou sempre escutando os mestres no oráculo!
ResponderExcluirAgente descobre muita coisa, cai, levanta, fica no escuro, encontra a luz e a cada etapa tentando se superar!
Também gosto da filosofia do ser de Gandhi, e o hinduísmo continua em mim.
: )
Thalita,
ExcluirObrigada pelo apoio.
O nosso maior tesouro é a resposta positiva das pessoas. Saber que a gente de alguma forma está ajudando alguém faz muito bem.
Beijos,
MS
Com certeza ajuda MS! E muito!!! Bj.
ResponderExcluirQue bom Guilherme.
ExcluirObrigada,
MS